Existem muitos exames não-invasivos que podemos realizar nos primatas e é muito importante que você utilize as dicas aqui descritas com cautela, sabedoria e critério. Digo isso porque alguns exames ainda precisam ser validados para a espécie que você trabalha! “Mas Mika, é primata. É igual humano, podemos extrapolar”
De fato, algumas coisas nós podemos sim. O que não muda o fato de ser necessário validações. A medicina precisa avançar, mas SEMPRE baseada em evidência.
Conselho dado, hora da dica: O uso de tiras para testes de urina! Acredite na minha pessoa, dá para coletar urina sem ter que conter o primata.
Minha rotina é com primatas que ficam a muitos metros de altura, meu pescoço já não existe mais rsrs. Para coletar urina, você escolhe aquele momento que você SABE que ele vai urinar (mediante observação em campo, você aprende a rotina do animal). E fica ali, posicionado com uma bacia para coletar urina. Primatas que ficam mais baixos nas árvores e até mesmo no solo, você coleta gotas frescas de urina da vegetação.
Aviso: UTILIZE EPI e material próprio para as coletas!
Existem sucessos no desenvolvimento de diagnóstico não invasivo para PNH com o uso de testes urinários disponíveis comercialmente (por exemplo, Knott 1998; Sleeman & Mudakikwa 1998; Leendertz et al. 2010; Naumenko et. al. 2020.) que podem medir pH, hormônios reprodutivos (para detectar prenhez) presença de leucócitos, proteínas, sangue, hemoglobina, glicose, nitrito, cetonas, bilirrubina e urobilinogênio.
Pode utilizar testes da Chemstrip Test Strips, SG Multistix 10 e outros (desde que validado para espécie ou assumindo os riscos). Ps: não é publi mas poderia ser! rsrs
Aviso mais que importante: leve em consideração os fatores sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e valor preditivo negativo ao escolher um exame/teste. Cuidado nas suas interpretações, SOBRETUDO para as alterações ligeiras que testes assim não são bons. Critério, estudo e dedicação. A chave para qualquer exame!
Profª Mikaelly Frasson.
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